Q.V.T.... Em busca do elo perdido... (again..)

fonte da imagem: autoria da montagem IFdA


Nesta segunda abordagem, gostaria de focar mais especificamente em QVT - Qualidade de Vida no Trabalho.
Sou, como todos sabem, profissional da área de SST e Instrutora do SENAI DF nesta área. Por esta razão, tenho por obrigação a constante atualização para levar meus alunos a desenvolver uma visão sistêmica sobre legislação trabalhista, histórica e atual e seus reflexos sobre a normatização ocupacional. 

Em uma de minhas situações de aprendizagem, fui desafiada a fazer com que alguns profissionais de RH - Recursos Humanos, entendessem a relação entre Qualidade de Vida no Trabalho, Normas Regulamentadoras e tão desafiador eSocial.

Criei então este infográfico:



fonte da imagem: autoria da montagem IFdA

Meu público, observando o infográfico com aquele ar de "baldinho de praia", levou um tempinho até disparar primeiro questionamento:

- o que isto tem a ver com QVT?

O segundo foi um pouquinho mais provocador:

- sim, e o eSocial ? Cadê ?

Claro que provocação foi intencional!

Se você, como multiplicador do conhecimento, entregar a informação pronta, não vai incentivar seu público a pensar e a formar a própria opinião. O que em nossa área é condição fundamental!

Minha intenção era chamar a atenção para conhecimentos que já consolidamos ao conhecer normas regulamentadoras mas esquecemos de praticar ao falar em Qualidade de Vida no Trabalho nas empresas para as quais prestamos serviço, onde aliás, também somos colaboradores em busca de um construto profissional de qualidade.

Impossível falar de Qualidade de Vida sem considerar as quatro dimensões preconizadas pela nossa NR 17 nas AET's - Análises Ergonômicas do Trabalho - PsicoSocial - Biomecânica - Ambiental - Organizacional, que também são, de forma indireta, citadas na NR 1 que trata das Responsabilidades Contratuais, onde expressa claramente a obrigação do empregador de informar ao trabalhador dos riscos das atividades para as quais foi contratado, promovendo assim o objetivo maior da Saúde e Segurança no Trabalho - a prevenção.

E o eSocial?

Prepare-se! Esta plataforma vem agregar aos já consagrados riscos físicos, químicos e biológicos exigidos pela NR 09 - PPRA - Programa de prevenção de riscos ambientais, a visibilidade da exposição à condições ergonômicas desfavoráveis aos trabalhador.
fonte da imagem: autoria da montagem IFdA

Então caríssimos colegas, não há como trabalhar QVT, sem considerar aspectos cognitivos de cada atividade/indivíduo, ou seja, quais as aspirações de participação e progresso empresarial do colaborador (Psicossocial), como ele desenvolve suas tarefas (Biomecânico), como estas tarefas são organizadas (Organizacional) e por fim em que ambiente ele executa suas tarefas e com quais ferramentas ou maquinários (Ambiental).

Não que devamos saber como cada colaborador busca sua qualidade de vida pessoal, até porque seria uma nova dimensão de análise, mas sim, como profissionais de SST - Saúde e Segurança no Trabalho, precisamos conhecer nossa população laboral e oportunizar a estes, no que depende do aspecto empresarial, o melhor ambiente de trabalho, com respeito, incentivo ao crescimento acadêmico, aproveitamento de seus melhores potenciais com retorno de ganho pessoal.

Isto talvez não garanta, mas promove Qualidade de Vida no Trabalho.


Autora do texto: 






Isabel Fernanda de Araujo
Técnica de Segurança do Trabalho SRTDF 1334

Gestora de Tecnologia da Informação.
abril/2019

Q.V.T... em busca do elo perdido....

EM BUSCA DO ELO PERDIDO !

fonte da imagem: meu boneco Wood


Falar de Qualidade de Vida sem uma abordagem sistêmica é quase que impossível.


Qualidade de vida é quase a busca da fonte do arco íris!

Nosso querido e insuperável Flávio Gikovate no vídeo 


chama a atenção para as várias dimensões do indivíduo social em busca da tão sonhada felicidade pessoal. 

Ana Cristina Limongi França, atual Professora Titular da Universidade de São Paulo - FEA/EAD, entre tantas outras titulações e que nos brinda com o excerto sinalizado no escopo desta tarefa, é grande pesquisadora e influenciadora de profissionais de SST - Saúde e Segurança do Trabalho, traz inúmeras contribuições nesta área, tantas que me pergunto se ela tem tempo de pensar na própria qualidade de vida. (rsrsrs... apenas um trocadilho em um momento que tanto se fala em BurnOut !).

Impossível a um indivíduo social não se dispor a tantos fatores que causam a perda desta tão sonhada qualidade. Desde os mais remotos tempos sabemos que o trabalho adoece por sua presunção de "condição de necessidade", ou seja, se você quer viver em sociedade, precisa trabalhar!

Já abordei nas unidades curriculares anteriores o histórico de subserviência do brasileiro, do qual nos libertamos muito lentamente, através da aquisição do conhecimento e hábitos de boas práticas pessoais de auto respeito, como por exemplo, a imposição de limites entre o profissional e o pessoal.

Carlos Castaneda, em sua tese de mestrado de 1968 intitulada The Teachings of Don Juan - a Yaqui way of knowledge, lançada no aqui no Brasil com o título de "A Erva do Diabo", aliás com o qual conseguiu o apelido de "escritor maldito", já chamava a atenção para dois aspectos do construto de personagens sociais, são eles o "auto tirano" e o respeito aos "locais de poder", ambos são ensinamentos simples que retratam a conquista da qualidade de vida do ser social.


O "auto tirano", retrata nossa tendência à imposição pessoal de barreiras que nos impedem de alcançar objetivos que nos trariam conforto existencial e o "local de poder" diz respeito ao evidenciamento e blindagem, no sentido e preservação de "situações" e "lugares" que nos permitem reativar, revigorar, restaurar, fortalecer corpo, espírito e mente, permitindo a exposição a situações de conflito no dia seguinte.

Estas pequenas "lições" que nos anos 70 e 80 só eram acessadas de forma velada pois traziam ideias subversivas à época, traziam também a sugestão do construto da qualidade nas diversas dimensões do indivíduo enquanto ser social. 

Transparência de intenções, honestidade de relações, respeito à diferenças e a busca pela qualidade pessoal e profissional.

De qualquer forma, esta é apenas uma contextualização e uma provocação sobre qualidade, considerando uma abordagem bastante genérica.



Fontes de Consulta Bibliográfica:

CASTANEDA, Carlos. A erva do diabo. 22. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995.

LIMONGI-FRANÇA, A.C. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Autora do texto: 






Isabel Fernanda de Araujo
Técnica de Segurança do Trabalho SRTDF 1334
Gestora de Tecnologia da Informação.
abril/2019

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